COMO PENAS AO VENTO

 


  
Por maior que seja a calmaria,

A qualquer hora, da noite ou do dia,

Basta um acontecimento qualquer,

Que tenha maior repercussão,

Logo se ajunta uma multidão,

De curiosos olhares,

E de múltiplos pensares,

Que logo começam julgar,

Mesmo permanecendo mudo,

Já têm o culpado de tudo,

E querem logo condenar...

 

Comentários surgem, precipitados,

E em frações de um momento,

Opiniões frágeis mudam de lado,

Levadas como penas ao vento;

E como se tudo tivesse consumado

Emitem sem rodeios o julgamento...

Sem conhecer o fato completo,

Seja o abastado ou o sem teto,

Pensando estar sendo correto, 

Por ter na justiça descrença,

Emitem desde logo a sentença,

Que ecoa da terra até o céu,

Estabelecendo a pena ao réu...

 

Afirmativas baseadas em evidências,

Surgem repletas de incoerências,

E de insanas inconseqüências,

Frases recheadas de demência,

Que não raro penalizam um inocente

 Deixando impune o delinqüente,

Pelo fato de que a opinião humana,

Como querendo amenizar o sofrimento,

Deixa-se levar como penas ao vento,

Pouco se importando com o resultado

Do que, sem pensar, tenha falado...

 
Lauro Kisielewicz 

 

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